quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Simulador de dilúvio: Global Sea Level Rise

Da bíblia até filmes de ficção científica, especialmente aquela fase "cinema desastre", sempre imaginamos como seria a água do mar invadindo as pequenas porções de terra no nosso planeta. Seja pelo derretimento das calotas polares ou por vontade divina, isso mexe com a nossa imaginação. Podemos ver o efeito que isso traria no mapa mundi neste simulador que eleva o nível do mar em até 60 metros em um mapa do Google. Você pode aproximar e ver sua cidade em detalhes, ou pontos conhecidos do mundo. E ai, sua cidade se salva do dilúvio? para onde você teria de correr até chegar a um lugar alto? Depende de você viajar no mapa e imaginar o que aconteceria.
Entra no endereço aqui para acessar: http://geology.com/sea-level-rise/

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quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Black Mirror: porque assistir?

Black Mirror é uma série de televisão inglesa da BBC exibida nos anos de 2011 e 2013. O tema principal é a influência da tecnologia nas nossas vidas e esta é a única coisa que liga as histórias, que não tem continuidade, nem repetem personagem ou atores. A ficção científica é um recurso comum, mas não é a regra na condução das histórias, que trazem reflexões atuais e variadas de nosso tempo.
Foram duas temporadas com três episódios cada e um especial de natal. A série vai ganhar uma nova temporada ano que vem pela Netflix. Se você não conhece a série deixe-me tentar te convencer a assisti-la com uma série de resenhas dos episódios, sem spoilers.  
Neste site eu consegui ver a série completa, menos o especial de natal. Contudo este tipo de material não fica por muito tempo nesses sites. É bom ver o quanto antes. Isso remete a pergunta da postagem. 

Porque assistir Black Mirror?
A tecnologia se mostra como uma Caixa de Pandora quando aberta. Isso já foi pensado das máquinas que lotavam as fábricas durante a Revolução Industrial no séc. XIX por vários pensadores de seu tempo e as transformações radicais que seguiram na história humana não os desmentiram. A décadas atrás o mesmo foi dito da informática e dos computadores. Não faltaram reflexões críticas na Literatura e nas Ciências sobre as transformações que estas novas tecnologias. 
A literatura Cyberpunk imaginou as piores expectativas possíveis em seus romances distópicos. A realidade alterada por computadores estavam nas fantasias de Philip K. Dick que passou-as em conta-gotas para seus romances entre os anos 1960-80. O clássico Neuromancer (1984), de William Gibson, cunhou vários termos usados até hoje quando se fala em cibercultura. Estas e tantas outras obras, foram um alerta para onde não ir. Esta é a função que se propõe na literatura distópica. Contudo esta Caixa de Pandora que parece não estar vazia continua a mudar nossa realidade. Novas reflexões precisam ser feitas porque muito do que aquela literatura temia está acontecendo. 
Black Mirror usa (quase sempre) a Ficção Científica para jogar em nossa percepção os atuais mal estares de nossa sociedade. São contos distópicos, tensos mas bastante palpáveis. É impossível ficar impassível com essas histórias e se a terceira temporada for tão boa quanto as duas primeiras você vai querer ter visto estes episódios. O espelho preto está na palma das nossas mãos e não conseguimos parar de olhar para ele.
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segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Crie seu sistema solar!

O Super Planet Crash é um jogo de Ficção Científica pra se divertir. Crie seu sistema solar adicionando corpos celestes ao redor de uma estrela parecida com o sol. Você pode escolher um corpo do tamanho da Terra, Superterra (x5), Gigante de gelo (x15), Gigante (x300), Anã marrom (5.000) e Estrela Anã (30.000). Então você vai colocando os planetas de forma que nenhum corpo seja expulso do sistema pela gravidade dos corpos. Quanto maior o corpo, mais pontos e maior a probabilidade de interferir em um corpo que já esteja inserido no sistema, então pense bem, ou não!
Para jogar clique aqui para acessar o site! 
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domingo, 4 de outubro de 2015

Resenha #8 - Os Despossuídos (Ursula K. Le Guin)

[SEM SPOILERS]
"Os despossuídos", de Ursula K. Le Guin, é o quinto livro ambientado no mesmo universo (chamado Ciclo de Hainnish) criado pela autora, mas na ordem cronológica é o primeiro. A Le Guin nos conduz a uma viagem por Annares, uma lua onde se "vive uma utopia" anarquista, e seu mundo irmão Urras, dividido por uma guerra fria entre duas potências continentais. As relações sociais desta sociedade utópica passam longe de um binarismo primário. Nem paraíso, nem inferno, mas sim cheia de ambiguidades. É uma pérola humanista que merece uma chance de ser lida.

A história conta a vida de Shevek, um físico da Lua Annarres que viaja para o planeta Urrás. Ele está trabalhando em uma "teoria da simultaneidade" que lida com o tempo, onde passado e presente acontecem ao mesmo tempo. O leitor notará que os capítulos intercalam a viagem de Shevek por Urrás, e outro em Annarres, onde aos poucos nos é revelado os motivos da viagem. Le Guin não deixa pontas soltas e seu livro.
Urrás é um planeta dividido por uma guerra fria entre A-Io, uma potência capitalista (que faz menção óbvia aos EUA) e Thuv, uma potência socialista (por sua vez, URSS). Ambas as potências apoiam lados opostos em uma guerra em um país chamado Benibli, no outro lado do planeta. Esta situação faz menção a a guerra do Vietnã, conflito que acontecia na época em que Úrsula escrevia o livro, e obviamente, a Guerra Fria. Já Annarres, lua orbitante de Urrás, é árida e possuí poucos recursos naturais. Ela foi povoada pelos seguidores de Odo que liderou uma revolução fracassada em Urrás que terminou com um acordo no qual seus seguidores se mudariam para a lua e não seriam mais incomodados. Estes por sua vez mantém um isolacionismo severo desde o povoamento.
Mapa de Urrás presente no livro 
Em Anarres foi fundada uma nova sociedade baseada nos princípios da coletividade e do bem comum. A língua criada pelos povoadores é o právico, Le Guin não chega a criar uma lingua mas ela aparece como elemento de diferenciação entre as sociedades pois, reflete as ideias fundadoras de cada sociedade. Os pronomes possessivos são desencorajados desde a terna idade. Eles não dizem "você pode usar o meu lenço", por exemplo, mas "você pode compartilhar o lenço que estou usando". Dessa situação deriva o nome do livro, eles são despossuídos.
Mapa de Annares 
No decorrer do livro Úrsula satisfaz várias perguntas de "como seria lá?" durante os capítulos que abordam Anarres. Desde o início é possível notar que existem problemas nesta utopia e ao longo da história somos apresentados a eles, deixando claro que a utopia desenvolvida é consistente. É possível ver que para Le Guin, a utopia é um lugar a ser alcançado, por mais que acreditemos viver nela. Já nos capítulos de Urrás o modo de pensar de Shevek é trabalhado primeiramente pela contradição de um annaresti comum em uma sociedade capitalista (ou proprietária, nas palavras de Shevek) e com o passar das páginas podemos ver a sua especificidade de físico "acadêmico" e pacifista em busca de uma superação das contradições entre Urrás e Anarres.
A condução da história não é cercada de reviravoltas surpreendentes, o que pode deixar a obra arrastada para quem busca emoções fortes. Mas a construção dos personagens secundários é fantástica. Podemos ver, no decorrer da obra, como cada um contribui para formar o protagonista. O que torna engenhoso pois eles provocam um efeito retardado, as peças do quebra-cabeça juntam-se na mente de Shevek. Todos os personagens secundários tem função na jornada de Shevek.
É uma obra interessante para quem gosta de discutir filosofia e política, pois a ambiguidade dos mundos que descreve tem potencial para abrir diversos debates sobre anarquismo, capitalismo, pacifismo, feminismo e sociedades revolucionárias. Os pontos negativos, acompanham suas maiores qualidades. O personagem desenvolve-se bastante do ponto de vista filosófico, o que pode deixá-lo muito frio ao leitor. Por ser uma jornada pessoal e reflexiva este problema pode agravar-se. As longas descrições de Annares e de sua sociedade, apesar de essenciais a trama e as reflexões do protagonista, podem cansar o leitor. As camadas mais profundas do texto são as essenciais, por isso não é um livro que favorece a leitura superficial. 
E ai, se interessou? Se desejar baixar o livro em pdf entre neste post com os downloads da autora no blog e seja feliz!


Ficha técnica
Título: "Os Despossuídos" (The dispossessed)
Autor: Úrsula K. Le Guin.
Editora: Nova Fronteira
Nº de páginas: 283
Ano: 1978 (1974).
Aquisição: Comprado em sebo por 17 reais.
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